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Primeiro post do blog

Olá, gostaria de dar boas vindas aos que estiverem lendo!
Primeiramente quero deixar claro que irei falar sobre jogos, e não sobre carro dos anos 70(HÁ!)
resolvi criar este blog/site após ficar descontente com os locais que frequentava relacionados a jogos onde se dava mais importância a noticias rápidas e brigas por coisas bestas, quero me focar a dar as minhas impressões dos jogos, como uma analise mas não espere uma nota final(já que não gosto desse sistema de notas) pretendo falar mais sobre jogos desconhecidos, especialmente as joias perdidas de gerações passadas que não foram lançadas fora do Japão, mas também vou dar espaço para jogos recentes.

Mas o principal, querer discutir e trocar ideias com quem está lendo sobre os assuntos que irei escrever.
então caso leia algo por aqui, não se acanhe em querer comentar!

Live A Live

Recentemente descobri várias jogos que me chamaram atenção por seu conceito. jogos que nunca foram lançados no ocidente e sua grande maioria, pertencente ao SNES(Super Nintendo) e um desses jogos que decidi dar uma chance e jogar, é o Live A Live. Desenvolvido e publicado pela square em sua época de ouro. Tendo como diretor um dos responsáveis por Chrono Trigger.
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A proposta de Live A Live é de colocar o jogador na pele de 7 personagens, a livre escolha do jogador sem nenhuma ordem, com cada personagem vivendo em uma era diferente, da idade da pedra a um futuro com robôs, e cada personagem com sua história.
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Visualmente o jogo é bonito mas nada espetacular, o que se pode esperar de um jogo no final da era do SNES, com sprites bem detalhadas e coloridas, tanto os personagens como os cenários. mas é na batalha onde o jogo mostra seu potencial na parte visual, com sprites grandes dos inimigos e com artes diferentes em cada capitulo, feita por autores de mangás da época, o que ajuda a cada capitulo ter sua identidade visual.
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As músicas não se destacam na maior parte do tempo, mas fazem seu trabalho bem feito. ajudando a dar o tom em cada capitulo. mas é no gameplay que o jogo brilha. o sistema de batalha funciona como um mini campo de TRPG(Tactical role-playing games) onde é necessário se mover para atacar o inimigo, mas mesclado com o sistema de turno. não tem muita profundidade no sistema do jogo, mas é diferente do que se tinha na época, e tem suas doses de complexidade.
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Mas isso tudo pode variar dependendo qual capitulo o jogador se encontra. por exemplo: no capitulo do homem das cavernas, não é possível ver os inimigos do mapa, mas é possível sentir seu aroma, onde aparecem nuvens e ao se aproximar, indica o que pode ter por perto, inimigos fracos que dão itens ou inimigos mais poderoso que podem te derrotar. e isso vai variando ainda mais, o capitulo do ninja, é possível terminar sem matar nenhum inimigo, sendo possível enxergar no mapa, como também é um dos que mais tem desafios extras. toda essa variedade se aplica nas histórias de cada personagem, seja o resgate de uma parceira ou a busca por discípulos para passar o seu estilo de arte marcial, e isso se mescla até nos diálogos, em um deles os personagens só gesticulam, enquanto outros se tem muros de textos como em jogos mais tradicionais. não tem nenhuma história espetacular aqui, mas são pequenos arcos com muito carisma e identidade, que são capazes de divertir e até envolver, com tão pouco tempo de desenvolvimento.
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Live A Live é um ótimo exemplo de que é possível fazer muito com pouco, o jogo não é espetacular e nem quer reinventar um gênero, mas sua proposta diferente e até ousada em alguns momentos, são o suficiente para justificar sua existência. me diverti com esses pequenos contos bem mais do que poderia imaginar, é uma pena que nunca tenha sido lançado fora do Japão e isso o impede de receber o reconhecimento que merece. Mas fica a recomendação de um dos jogos com mais personalidade que joguei nos últimos anos.

The Legend Of Heroes: Trails In The Sky

É comum na indústria de jogos, diversos títulos de qualidade passarem despercebidos pelo grande público, seja por marketing ruim, falta de interesse por não ser a “moda” do momento, ou até mesmo visuais simplistas, os motivos não faltam.
E esse é mais um desses casos, a franquia The Legend Of Heroes que muitos falam bem mas poucos conhecem.
Desenvolvida pela Nihon Falcom, Trails In The Sky é o primeiro de uma trilogia, lançado em 2004 para os computadores no Japão, mas somente em 2011 que recebeu um lançamento oficial em Inglês, para o port lançado no PlayStation Portable e mais tarde ganhando versões para PC(Steam), Playstation 3 e playstation Vita, esses últimos lançamentos ficando somente no Japão.
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O enredo tem inicio no Reino de Liberl, 10 Anos depois de sofrer uma invasão do Império Erebonian.
uma noite, Estelle Bright espera pelo retorno de seu pai, Cassius, que ao retornar trás consigo um garoto chamado Joshua, Cassius adota o garoto e o cria como seu filho.
Estelle Bright e Joshua agora com 16 anos, decidem seguir a carreira de seu Pai e se tornarem Bracers, membros de uma guilda, especializada nas mais diversas tarefas, desde combate até manutenção de estradas.
Um dia, enquanto realizavam suas primeiras missões como membros oficiais da guilda, os garotos descobrem que seu pai, Cassiuis, desapareceu durante sua ultima missão enquanto estava a bordo de uma nave, que não chegou em seu destino final. assim partem em busca de descobrirem o destino de seu pai.
Eu sei, o enredo parece bem clichê, mas acreditem, ele é carregado de surpresas e muito bem escrito.
a cada reviravolta eu ficava ainda mais impressionado com a capacidade dos escritores, é (infelizmente) muito raro receber um RPG tão bem escrito nos dias atuais, o mundo que o jogo se passa é incrivelmente rico e detalhado, e isso não é só guardado para a historia principal, as conversas com os NPCs são prazerosas, uma vez que eles mudam a fala, de acordo com o que acontece na trama principal ou com os protagonistas, eles demonstram suas preocupações com o que acontece em sua volta e o que sentem entre si(NPC falando sobre outro da mesma cidade) ou com os personagens principais, pode parecer um detalhe bobo, mas torna um jogo tecnicamente simples, muito mais vivo do que boa parte dos jogos lançados recentemente no gênero, especialmente os japoneses.

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Os personagens principais são a cereja do bolo, fazia muito tempo que eu não conseguia me importar tanto com personagens de um jogo de RPG, diversas vezes eles me surpreenderam positivamente e negativamente com suas ações e frases, sempre vou me lembrar o quanto fiquei impressionado pela real motivação de Estelle em se tornar bracer, eu já esperava que ela fosse dizer algo bem clichê, mas com uma simples frase, conseguiram tornar uma personagem que até o momento eu achava legal, em provavelmente minha protagonista feminina favorita de jogos de vídeo game. isso sem contar com as interações entre si que são um show à parte.
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Mas nem tudo são flores, com toda certeza os visuais são o que mais deve afastar jogadores que batem o olho em alguma imagem do jogo pela internet.
estão longe de serem ruins, mas temos que lembrar que não eram os melhores nem na época em que foi originalmente lançado.
mesclando personagens feitos com sprites bem detalhadas(principalmente em movimento) com cenários simples em 3D, lembra muito os RPGs lançados na quinta geração de consoles como o Sega Saturn e o primeiro Playstation.
O sistema de combate é simples e por turno, mas demora pra ficar cansativo.
ao canto da tela, fica uma barra chamada AT onde mostra quais os personagens irão ataca em qual turno, seja inimigos ou personagens do seu grupo.
os personagens podem se locomover pelo campo de batalha, lembrando RPGs de estratégia, além de golpes normais, existem Arts, que basicamente são magias e podem ser compradas em lojas ou adquiridas em missões paralelas consumindo Energy Points(EP), Crafts que são habilidades únicas de cada personagem e que consome pontos de uma barra chamada Craft Points(CP) e S-Crafts que consomem 1000 CP e dão um golpe especial a cada personagem do grupo.
a exploração é o que se espera, com cenários lineares mas grandes e interligados, as missões paralelas ajudam a quebrar esse ritmo de exploração e batalhas, com uma variedade boa, onde se pode ter missões onde se tem de trocar lâmpadas na rua que leva a uma fazenda para impedir que monstros fiquem perto do local.
As musicas variam de boas para ótimas, como é de se esperar de um jogo da Falcom, não se tem muito o que falar delas, só que combinam com o ambiente do jogo e alguns vão ficar por horas na cabeça de quem se aventurar.
abaixo alguns exemplos da trilha sonora
https://www.youtube.com/watch?v=bekkP37HcC0
https://www.youtube.com/watch?v=TFv-06tnjRw
https://www.youtube.com/watch?v=NolViMBY6-g

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Conheci graças ao meu PSP, em uma época onde eu já estava saturado dos RPGs japoneses e suas mesmices com qualidade de enredo decaindo mais e mais, graças a ele e ao xenoblade(wii) não posso recomendar ainda mais, mas fica a torcida pra que mais jogadores conheçam essa franquia, e a Nihon Falcom cresça ainda mais e receba os merecidos méritos por criar jogos tão bons com tão pouco recurso.

Em resumo, The Legend Of Heroes: Trails In The Sky é um ótimo jogo que remete a época de ouro desse gênero, especialmente os produzidos por empresas japonesas, que trás consigo um sentimento nostálgico e ao mesmo tempo uma sensação de entrar em um território desconhecido, se é daqueles que pensam “os japoneses não fazem mais jogos bons, só pensam em fanservice em tudo quanto é jogo” ou simplesmente quer ter uma ótima jornada, dê uma chance a essa maravilhosa franquia, tendo atualmente 7 sequencias e mais uma tendo sido anunciada recentemente. te garanto que daqui pra frente fica ainda melhor.